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Equoterapia: descubra suas vantagens

A renomada atriz, Charlotte Gainsbourg, interpreta no filme francês Samba (2014) a personagem Alice, que diante de um estado emocional marcado pelo stress, encontra na relação com cavalos a calma que precisa para se restabelecer. Como terapia, Alice passa as mãos demoradamente ao longo dos pelos do animal, observa seus gestos, deixa o tempo passar e, aos poucos, é tomada por uma autoconfiança e coragem para encarar os problemas que enfrenta em sua vida.

Como na história da personagem Alice, os cavalos têm sido utilizados como um importante instrumento cinesioterapêutico [terapia em movimento] para muitos pacientes em todo o mundo. A prática começou a se repercutir nos anos de 1960 na Europa e nos Estados Unidos e, hoje, tem sido uma alternativa cada dia mais procurada para o tratamento de pacientes autistas, crianças portadoras da Síndrome de Down e outros portadores de deficiência e/ou necessidades especiais.

No Brasil, há diversos cursos básicos, avançados e de especialização sobre o tema. Mas é a Itália que apresenta as mais avançadas técnicas sobre esta área de reabilitação. O país possui mais de 50 centros coordenados pela Associazone Nacionale Italiana de Reabilitazione Equestre (ANIRE). Na Inglaterra, há cerca de 600 centros sob a ajuda financeira de Riding For The Disable Association (RDA), e na Alemanha, Suécia e Suíça, as técnicas de reeducação por meio da equitação são reconhecidas como tratado e financiadas pelo governo.

Baseada em uma abordagem interdisciplinar, a equoterapia pretende proporcionar aos pacientes o desenvolvimento do equilíbrio, tônus e força muscular, além de ser extremamente eficaz para promover a conscientização do próprio corpo do praticante, o aperfeiçoamento da sua coordenação motora, atenção e autoestima.

Movimento natural do cavalo auxilia no equilíbrio do paciente


O que faz do cavalo um importante instrumento terapêutico são os benefícios trazidos por seu movimento natural "ao passo", resultante de suas reações tridimensionais. Segundo KANN (1994, p. 23), nenhuma outra forma de terapia é capaz de imitar com tanta perfeição os movimentos da bacia como este tipo de andamento. De acordo com QUELMALZ (1740 apud Prado, 2001), isto impõe deslocamentos da cintura pélvica do homem da ordem de cinco centímetros nos planos vertical, horizontal e saginal e uma rotação de oito graus para um lado e para outro. Ao se deslocar, o cavalo exige do cavaleiro ajustes tônicos para adaptar seu equilíbrio a cada movimento.

Todo passo do cavalo produz um a um, vinte e cinco movimentos por segundo. Desta maneira, em trinta minutos de terapia, o praticante executa entre mil e oitocentos a quase dois mil e trezentos ajustes tônicos; já os deslocamentos da cintura pélvica produzem vibrações nas regiões ósteo-articulares que são transmitidas ao cérebro, via medula, com freqüência de cento e oitenta (180) oscilações por minuto; números que segundo os especialistas condizem como sendo os mais adequados à boa saúde.

Nogueira (2007) enfatiza os três programas básicos constituintes da Equoterapia:

  • Hipoterapia: Terapia focada em pessoas que apresentam dificuldades locomotoras e que necessitam de auxílio para se manterem em cima do animal e realizar as atividades propostas. Nesta modalidade, o cavalo é utilizado como instrumento cinesioterapêutico.

  • Educação/Reeducação: A terapia atua com os que possuem certa autonomia sobre o animal e conseguem conduzi-lo. Neste caso, o cavalo atua como instrumento pedagógico e seu papel é motivar o paciente a trabalhar sua coordenação motora.

  • Pré-esportivos: Esta terapia é específica para pessoas que não necessitam de auxílio para lidar com o cavalo e realizar os exercícios propostos. Neste caso, o cavalo é utilizado com instrumento de inserção social, e foca na melhora do comportamento, da comunicação e da interação com a sociedade por parte do paciente. que o paciente necessita desenvolver.

Os processos da Equoterapia:

  • Processo de aproximação: esta é a fase em que acontece o primeiro contato do paciente com o cavalo. Há uma apresentação e exploração das partes do corpo do animal, comparando-as com a do ser humano. Um exemplo é a identificação entre a crina do cavalo e o cabelo humano. Através do toque, o praticante vai se familiarizando com o animal, até o momento em que se formar um vínculo entre eles. A partir de uma relação de confiança e bom contato estabelecido entre a dupla, inicia-se o segundo processo >>

  • Processo de Montaria: Se o praticante estiver seguro e seu quadro clínico permitir, ele monta sozinho. No entanto, quando o praticante não possui controle de tronco ou cabeça, ou não consegue se equilibrar sozinho no cavalo, a montaria é acompanhada de um instrutor (montaria dupla). Já quando o paciente apresenta quadro clínico favorável para montaria, mas não se sente seguro, inicia-se novo processo >>

  • Processo de Maternagem: O objetivo principal deste processo é conceder segurança ao praticante através da montaria conjunta entre ele e o terapeuta, onde um se volta para o outro (denominado processo de simbiose). Esta nova situação terapêutica gera um ambiente de conforto para o praticante, que apesar de regressiva, dissolve a sensação de ameaça que é gerada. Esta fase é indicada somente para a adaptação e deve durar, ao máximo, quatro meses. Vencida esta etapa, encaminha-se para o último processo >>

  • Processo de Separação: Este é o processo final do tratamento. Todos os profissionais envolvidos preparam o praticante para se separar dos cavalos, da equipe interdisciplinar e de outros praticantes atendidos com ele no mesmo horário.

Quais são os animais ideais para a realização da Equoterapia?

É necessário fazer uma seleção dos animais que devem ser utilizados para assegurar que o tratamento equoterápico seja eficaz e garanta os resultados esperados para cada praticante. O ideal é que estes cavalos sejam dóceis, tenham idade superior a dez anos, altura média de 1,5m; não possuam elevado escore corporal, e, se forem machos, devem ser castrados. Além disso, é imprescindível contar com um animal que tenha boa andadura, inteligência e seja treinado à montada pelos lados direito e esquerdo. A raça do animal não influi no sucesso da equoterapia. Mas já podemos imaginar que a raça Mangalarga Marchador é uma das mais indicadas para a realização da terapia, sobretudo, pela sua docilidade característica.

As vantagens do tratamento Equoterápico

A grande diferença da Equoterapia para outros tratamentos que vislumbrem o mesmo objetivo para o praticante está, principalmente, na relação que é construída entre o paciente e o cavalo. O animal é responsável por estabelecer um contato amplo entre o paciente e o mundo que o cerca. Segundo Herzog (1989), o principal benefício da Equoterapia é a utilização da técnica de domínio corporal, como o relaxamento. Além disso, sentidos como o tato, audição e visão são aguçados, aspectos psicopedagógicos e emocionais podem ser trabalhados de forma descontraída, lúdica, em contato com a natureza, diferente de ambientes como as clínicas e os consultórios.

Tótaro (1999) acredita que o cavalo atua como intermediário entre o mundo imaginário da criança e a realidade. E através do vínculo que se forma entre ela e o animal, são estimulados os aspectos referentes à sua afetividade, socialização e comunicação, o que favorece a interação da criança com seu mundo externo.

Cavalo: a expressão da alteridade

Para Fontana (2003), os animais, em geral, por apresentarem características como aceitação incondicional do outro, temperatura, textura, respiração, batimento cardíaco, percepção aguçada, propiciam uma interação com o ser humano. Além das reações afetivas construídas na relação animal e homem, esse contato estimula o desenvolvimento sensório-motor do indivíduo. No caso dos cavalos, seus órgãos de sentido são bastante eficientes, como a visão, audição e tato. Talvez seja esta sensibilidade tátil que o levou à aproximação do homem. A Equoterapia se perfaz no limiar desta relação, quando valoriza, sobretudo, a cura pela natureza, quando troca clínicas por um tratamento que religue o homem ao ambiente natural dos Haras, campos e Centros de Treinamento.

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