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João Marcos Lollobrígida: a determinação de um sonhador

CCC

Genética. Algo que faz toda a diferença na seleção. Sangue. Personalidade. Família. Expandir, germinar e crescer. Conhecido na Raça pela sua postura determinada, talvez seja o sangue mezzo italiano, mezzo brasileiro, João Marcos Lollobrígida está à frente do Clube do Cavalo de Cruzília há 5 anos e vê, hoje, os resultados de uma gestão comprometida com o desenvolvimento do cavalo nacional no seu Berço, o sul de Minas. Médico, ele vai fundo na ferida: aponta os erros e acertos da ABCCMM, tem opinião sobre tudo, na mesma medida em que propõe a solução para tudo. Ele sabe o que quer. A máxima, “se for fazer, faça bem feito”, o levou a ser aquele que, como um guia, movimentou o Berço da Raça com projetos democráticos e preocupados com o pequeno e médio criador. Genética. A inspiração vem de um outro Lollobrígida. Domingos, seu pai. Ao olhar para trás e lembrar da trajetória do patriarca na sua vida política, João Marcos consegue ir adiante: o futuro é logo ali. Novos voos, por que não? Nesta entrevista, conversamos um pouco sobre os projetos desenvolvidos pelo CCC, sobre seu criatório, o Haras Cruziliense, a influência de linhagens sul mineiras na sua criação e os rumos que vem tomando o Mangalarga Marchador.

SF: João, quantos sócios contribuintes hoje ativos no CCC?

JM: São 234 associados. E em torno de 150 associados em dia com o CCC.

SF: Já são 6 anos compondo a diretoria da entidade, quais são as políticas aplicadas para fomentar a atividade de Mangalarga Marchador in loco?

JM: Na verdade, já são quase 7 anos. Foram 2 anos como vice-presidente da Dora Norremose e 5 anos como presidente. A política que nós desenvolvemos para fomentar a atividade da Raça durante esses anos na região foi, principalmente, tentar desenvolver projetos em que pequenos criadores, aqui eles são a maioria, integrassem mais as atividades do CCC. Então, tentamos fazer com que o CCC fosse mais popular. Antigamente, tínhamos uma determinada restrição e hoje nosso clube é mais popular.

A primeira atitude tomada foi pensar a recepção dos criadores. Facilitar a participação deles, por meio de convites e muita conversa, em eventos, como Leilões do Cavalo de Sela e Fêmeas de Berço, além dos concursos de marcha e Exposição de Cruzília.

Também nos preocupamos em dar continuidade aos eventos que já existiam, criamos novas atividades para desenvolver melhor esta integração pretendida, por exemplo, o Marcha & Prosa, o Circuito de cavalgadas e o projeto Campeões são para todos. Tentamos, assim, divulgar melhor o MM na nossa região.

SF: Como você avalia o trabalho realizado pela atual gestão da ABCCMM? Quais são os pontos fortes e quais precisam de mais atenção, na sua opinião?

JM: Uma gestão que deu continuidade ao trabalho da gestão anterior. Acredito que poderia ter uma visão mais bem direcionada para o pequeno e médio criador. Acredito que a nossa raça esteja se elitizando demais. Penso também que a atual gestão tenha feito uma mudança significativa nos eventos (Nacionais, CBM), as festas estão bonitas, porém, faltam projetos para fomentar a participação dos pequenos e médios criadores. Está muito difícil hoje o mercado para eles...

SF: O Marcha e Prosa é um evento que tem sido um sucesso já há quase 4 anos, certo? Agora, expandindo para outros núcleos... O que pode melhorar a partir do que já é consagrado como sucesso?

JM: O Marcha & Prosa veio para somar muito na nossa região. Não imaginávamos que ele cresceria tanto! O importante é manter a maneira como ele é feito. É importante manter a essência dele: aproximar criadores, o conhecimento da tropa um do outro, sem custos… É importante manter nessa linha. Acredito que seja um programa que deveria ter o apoio e a divulgação da ABCCMM. Outros núcleos têm feito isso em todo o país, mas não vemos nenhum apoio da ABCCMM, no sentido de apoiá-los com o crescimento do evento. Caso houvesse esse fomento, com certeza iria somar muito, principalmente para os pequenos criadores, que têm a chance de mostrar a sua tropa sem ter custo nenhum. Ainda mais se esta organização continuar sendo feito pelos núcleos...

SF: O novo Parque de Exposições de Cruzília está lindo! Dois pavilhões de baias, sede social, casa dos peões... Já podemos pensar em Exposições maiores? Já temos condições de sediar um CBM, por exemplo?

JM: Graças ao trabalho de todas as diretorias do CCC, hoje temos um Parque digno para receber as pessoas, os animais... Eu costumo falar que o nosso Parque de Exposições é o mais charmoso, mais caloroso que eu já fui no Brasil. Não é um Parque frio. É um Parque gostoso de estar junto. E realmente pensamos em fazê-lo já imaginando os grandes eventos. Se os próximos gestores derem continuidade aos investimentos, acredito, sim, que seja possível receber eventos do porte do CBM. Principalmente porque já temos estrutura base para receber os animais. O CBM é uma exposição que não passa de 500 animais e já temos quase 200 baias disponíveis. Pensando nisso é que desenvolvemos este trabalho.

SF. São quase 18 anos de criação, certo? Qual é a parcela da sua vida que o cavalo ocupa?

JM: O cavalo se tornou hoje na minha vida algo essencial. Ele ocupa muito tempo do meu dia a dia. Não só meu, mas também da minha esposa. Não só os meus cavalos, o CCC também ocupa meu tempo. Porque estamos sempre pensando em como difundir mais o cavalo na nossa região e no Brasil todo. Eu tenho uma preocupação muito grande hoje, porque o cavalo faz parte de um tripé que envolve Cruzília juntamente com as marcenarias e os laticínios. Isso mantém a cidade viva, bem… Então, acho que temos que estar constantemente trabalhando entorno do cavalo na cidade e na região, porque faz parte da vida econômica do lugar. Na minha vida, economicamente, não me traz muitos resultados, não. Traz mais é prejuízo (risos). Mas me traz prazer, alegria em ir ao Haras, ver os cruzamentos, ver nascer. Tenho o apoio da Lislie que é muito companheira, gosta também e está comigo em todos os momentos do Mangalarga Marchador na minha vida.

SF: Fale um pouco sobre seu criatório, suas referências, os animais que influenciaram e influenciam sua seleção...

JM: A base do meu criatório é JB. Acho estruturado, bonito. É ela quem mais me influencia. Mas sempre com pitadas de Favacho, Angaí e Traituba. Tenho um criatório pequeno, mas animais espalhados em vários cantos do Brasil, nordeste, Rio, São Paulo, com o meu sufixo. Sinto que estou no caminho certo. Não me preocupo com pista, me preocupo em criar o que eu gosto. Fico feliz que tenha uma égua com o Magdi Shaat, em seu seleto grupo de doadoras do Haras Elfar. Fico muito satisfeito. É sinal que estou no caminho certo.

SF: Acerca dos leilões que têm normalizado políticas de parcelamento longos, com vendas em 30x, por exemplo. Acredita que seja uma forma de pagamento acertada, já que dificulta um pouco a vida do pequeno criador?

JM: Eu, como defensor do pequeno criador, sou totalmente contra esta questão de parcelamento de leilão em 30x. Isto foi feito, principalmente, para o grande criador, que tem volume. O animal que ele vende a 10 mil reais, em 30 parcelas... Se ele vende 20, 30 animais, ele vai ter volume… (capital). Agora, para o pequeno, você vai vender um animal já barato, porque você não tem nome, e você vende ainda em 30x…Sinal que você não verá o dinheiro. Acho que essa política desvaloriza a vida econômica do pequeno criador. Investimos muito e vemos pouco resultado. Porque não temos bons meios de comercializá-los. O próximo presidente da ABCCMM, se ele não voltar a olhar para os pequenos criadores, eu acho que a Raça, que é feita 90% de pequenos e médios criadores, irá descer ladeira a baixo. Defendo com unhas e dentes o pequeno criador e seus interesses…

SF: E para o futuro, olhando adiante, quais são os projetos do CCC?

JM: Não posso projetar muito, pois meu mandato termina em janeiro. Mas torço para que a próxima diretoria crie novos eventos e continue investindo. Eu estou à disposição para ajudar, para contribuir juntamente a quem se preocupa com o MM e com os pequenos e médios criadores à margem, atualmente, no meio do MM. Pensar um futuro para mim é difícil. Espero que o próximo presidente crie novos projetos e dê continuidade ao que de bom já está sendo feito dentro da entidade.

SF: Tem algum sonho? Quer ver muito algo acontecer? O quê?

JM: Apesar de eu não criar para pista, meu sonho é quem sabe, um dia, um animal com sufixo Cruziliense estar presente na Nacional. Ainda mais ser Campeão Nacional. Mas, para isso acontecer, tem que mudar muita coisa, principalmente para os pequenos criadores. Acho difícil um pequeno ganhar um campeonato devido à alta profissionalização da Raça. Hoje, 90% dos que ganham a Nacional são grandes criadores. Também tenho um sonho de participar com as minhas ideias em grande escala no MM e, quem sabe, de uma diretoria em Belo Horizonte, ou algo deste

tipo.

1ª Cavalgada Pico do Papagaio 2017

SF: Qual é a mensagem que você deixa para os núcleos que estão nascendo?

JM: A mensagem que eu deixo não é só para os que estão nascendo, não.Temos quase 60 Núcleos no Brasil. Só que ativos mesmo são poucos. A mensagem que eu dou é que os presidentes dos Núcleos “assumam o núcleo de verdade”, não é só fachada, usar o nome do Núcleo... O cara tem que vestir a camisa, tem que gostar. Não adianta ser um grande criador se não sabe aglutinar, administrar, envolver as pessoas. Então, acredito que seja isso. Os presidentes devem ser pessoas dedicadas e imparciais. Sejam pessoas que possam fazer para todos do Núcleo e não escolham só alguns para beneficiar. Que beneficiem todos para, então, beneficiar a Raça.

 
 
 

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