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Narrativas do Marchador: a busca pelo acervo do Museu

Peça chave para a constituição do Museu Nacional do Mangalarga Marchador, Rubens Junqueira Filho, o Rubinho do Favacho, foi o responsável por viajar pelo sudeste do país à procura de peças que poderiam constituir o acervo do Museu. A busca não foi simples. Houve muita dificuldade para angariar peças para o projeto ainda embrionário, na época. A fim de documentar as minúcias da história do Museu, que completa três anos de vida neste ano, a Revista Sem Fronteiras conta como aconteceu a trajetória de escolha das peças que viriam a formar o acervo da história do Mangalarga Marchador na antiga casa da Bela Cruz.


A busca

A busca pelas peças do acervo começou em 2013, em ronda pelo entorno de Cruzília, Minas Gerais. Rubinho tinha em mente alguns lugares em que poderia encontrar preciosidades. Algumas cidades como Minduri, São Vicente, Madre de Deus de Minas, Baependi, Caxambu, Conceição do Rio Verde, Cambuquira, Aiuruoca e Luminárias foram visitadas na primeira parte do trabalho de garimpo. De lá, seguiram para Zona da Mata Mineira e Rio de Janeiro, onde quase nada foi encontrado, exceto no criatório Herdade, que forneceu peças valiosíssimas ao Museu. "Mas o melhor foi a boa vontade em nos receber", relata Rubinho.

No criatório Tabatinga, Rio de Janeiro, encontraram o título de Barão de Alfenas, recebido por Dom Pedro II para Gabriel Francisco Junqueira, em 11 de outubro de 1848. O imperador concedeu a honraria reconhecendo os méritos de Gabriel pelos inúmeros serviços prestados à nação. O título faz referência à cidade mineira de Alfenas. Apesar do inestimável valor da peça para a história da Raça Mangalarga Marchador, o título não foi doado para o museu, nem pôde ser fotografado pelo jornalista da ABCCMM, Alexandre Veloso.

Em São Paulo, algumas peças foram adquiridas em São José do Rio Pardo, na Fazenda de Geraldo Junqueira de Andrade, como também em Colina, por Francisco Diniz Junqueira Franco, do criatório Cava da Colina. Em Orlândia, muitas peças podem ser encontradas em um museu particular da Fazenda Boa Vista. No entanto, não houveram doações para o museu.

Peças que compõem a sala de apresentação do Barão, como roupas e objetos, foram adquiridos por pessoas próximas ao projeto do Museu. Marcelo Junqueira Ribeiro doou os óculos que estão nesta seção, os quais não pertenceram originalmente ao Barão, mas, sim, a um antepassado de Marcelo. Já o Ferro GF foi doado por Maria Petronilha Junqueira, que até hoje utiliza o ferro-de-marcar em seus animais, na Fazenda dos Criminosos, em Carmo de Minas, Minas Gerais. Rubinho conta que o ferro era usado pelo Barão na Fazenda Campo Alegre e posteriormente na Boa Vista, em Cruzília. Depois da morte do Barão, o seu filho Joaquim Tibúrcio vendou a fazenda e comprou os criminosos em Carmo de Minas, onde, atualmente, está o ferro-de-marcar. Ângela Gutierrez, coordenadora do projeto do Museu, doou os móveis para a sede, além de algumas peças que mantinha em acervo pessoal.

Ao final, o trabalho de garimpo durou cerca de 4 a 5 meses. Para Rubinho, foi importante achar um arreio usado pelo seu avô, Bilota, guardado pelo Sr. Geraldo Junqueira a vida toda, sem que seus filhos soubessem... Pouco antes de sua morte, o Sr. Geraldo entrega o arreio ao seu filho Bié Junqueira, para que ele pudesse continuar a guardá-lo. Além do trabalho de reviver a história do Marchador, Rubinho também pôde reviver sua própria história. O arreio é uma simbologia de afeto tecido pelo Marchador e guardado com zelo e carinho por muitos anos. Um desvelo que simboliza vidas tecidas em um sentido único, com uma paixão sem limites de tempo e espaço: o cavalo Mangalarga Marchador.

Rubinho lamenta não ter sido lembrado no dia da inauguração do Museu: "Fiquei aborrecido, mas estas mágoas, com o tempo, tendem a cair no esquecimento". Rubinho foi escolhido pela diretoria por ser esta pessoa amistosa e gentil que tanto se dedica à cena do Mangalarga Marchador.

 
 
 

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