Magdi

Magdi e o ícone Favacho Estanho

Criador eleva o Brasil ao país do melhor cavalo de sela do mundo

Amigos do Marchador designam a ele o título de Faraó - Magdi Abdel Shaat, egípcio naturalizado brasileiro, primeiro do ranking criador/expositor das nacionais 2015 e 2016 - fanático pelo Mangalarga Marchador, como ele mesmo se intitula. Shaat marca a história do cavalo Mangalarga Marchador com uma obra respaldada em feitos de magnitude faraônica para a Raça! Quando foi presidente da ABCCMM por dois mandatos (2008/2015), seu objetivo era no mínimo desafiador: consolidar a imagem do Brasil como o país de origem do melhor cavalo de sela do mundo!

E foi exatamente isso que este homem visionário fez: impulsionou o reconhecimento do Mangalarga Marchador como a raça Nacional, fomentou a divulgação da raça no Brasil e no exterior com projetos que vislumbravam garantir ao Mangalarga Marchador notória visibilidade, para a expansão de seu nicho de mercado e presença. Foi na gestão Magdi que o primeiro museu destinado a uma raça equina foi criado no mundo! Hoje, o Museu Nacional do Mangalarga Marchador, em Cruzília - berço da Raça, guarda e preserva a história do cavalo Nacional!

Magdi é engenheiro civil e sua história com cavalos antecede o Mangalarga Marchador. Ainda no Egito, passava férias com a família materna que possuía cavalos Árabes - raça de constituição base para todas as outras raças de equinos existentes. O cavalo árabe é arisco, muito ágil e forte. Ainda menino (8), ele começou a montar. Talvez em sua ancestralidade genética o Mangalarga Marchador tenha herdado as habilidades e a extrema inteligência dessa raça pilar; e aquele que principiou a genética de todas as raças também principiou a paixão de Magdi por cavalos.

O criador associou-se à ABCCMM em 1990, quando decidiu pela criação de Mangalarga Marchador por conta da docilidade e maciez do animal. De lá para cá, ele fez muitos amigos. Aliás, o que se vê no Magdi, além de todo seu legado à frente da ABCCMM e da seleção do Haras Elfar, são seu carisma e capacidade de fazer e nutrir amigos na Raça. Lá no começo da sua seleção, José Alfredo Reis, Paulo Sandim (Haras PS), João Sérgio, entre outros, o auxiliaram no trabalho de seleção, que em um primeiro momento focava na marcha. Magdi baseou sua tropa desde o início à genética pura sul mineira. Samanta MVL foi uma de suas primeiras matrizes de destaque a nível nacional.

Em um segundo momento, o ajuste da tropa do Haras Elfar foi influenciado pelas mudanças de caráter técnico na raça feitas durante a gestão de Alexandre Miranda (1993 -1999). Alterações na metodologia de julgamento pressionaram o direcionamento da raça para a marcha, influenciando a apuração do cavalo de sela e a evolução do mercado. Esse momento foi o ponto de partida para que fosse possível construir a realidade dos dias de hoje no Haras Elfar.

Mais de mil animais constituem hoje o plantel nº 1 do ranking. O trabalho tem sido feito em cima de famílias inteiras de doadoras de exceção, como Lislie Edu, Brasa da Encruzilhada, Nata visão, Sinira do Berma, entre outras. Já nos cruzamentos com o Favacho Estanho, Magdi aposta na química com a linhagem Favacho (sem muito parentesco com Estanho), alguns animais JB - Sinira do Berma, Geografia LJ etc. - e 53.

Sob a ótica do mercado do Mangalarga Marchador, Magdi acredita que o futuro está na expansão da raça para além da bolha de 13 mil associados! “O mercado está extraordinário”, ele aponta. Cresce aquele nicho das pessoas que procuram o cavalo por hobbie, para Equoterapia, para empresários que querem investir. E aponta o futuro: atrair investimentos de fazendas na região centro-sul do Brasil, ter a presença do Mangalarga Marchador nas feiras agrícolas de Ribeirão Preto, em mostras e outros eventos, “tirar o cavalo da gaveta e colocar na vitrine”, diz o criador.

“O Mangalarga Marchador não é uma raça de elite”

Estima-se que 95% da pirâmide dos associados da ABCCMM seja formada por pequenos e médios criadores. Magdi desperta tal questão para o meio do Mangalarga Marchador: não é uma raça de elite! “O bonito é ver a classe A, B, C e D juntas na beirada da cerca”, ele enfatiza. Projetos como o “Mangalarga Marchador para todos”, que marcou a primeira gestão Magdi Shaat, realizou 406 cursos e formou cerca de oito mil alunos, uma média de quase 19 pessoas por curso. O foco dado a novos criadores e tratadores visou contribuir para uma descentralização do conhecimento e qualificação de pessoas para a Raça.

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Melhor criador expositor nacionais de 2015/2016 -

“nós estamos trabalhando para isso”

A trajetória do Haras Elfar tem sido respaldada por investimentos em animais muito selecionados e um trabalho sempre direcionado para acertar nos cruzamentos. O resultado máximo dessa empreitada veio com a posição nº 1 no ranking de melhor criador e expositor das nacionais de 2015 e 2016 da ABCCMM. Mas se foi este o momento mais marcante para Magdi? Não mais que ver a fascinante Sussu Elfar, de criação própria Elfar, levar o Grande da Raça em 2015. “Foi o momento de chorar um pouquinho”, ele confessa.

Victor Marquito, Estanho, Magdi e Ana Cristina Marquito.

Conselhos para o novo criador

Um dos conselhos de Magdi para o novo criador é bem simples. Ele diz que é necessário se fazer uma pergunta: “minha família gosta?” Para ele, resistir sozinho é sinônimo de perder o entusiasmo com o tempo:

“A família desenvolve um papel muito importante na vida do criador, ela acompanha e pode dar continuidade ao trabalho de seleção, por isso, é importante a sintonia”. Em sua família, ele tem sempre o apoio da sua esposa, a simpática blogger Ana Cristina Marquito e de seu filho, Victor Marquito.

O outro conselho é essencial para o desenvolvimento de uma boa seleção: “rode para ver cavalos, em haras e exposições, conheça-os e monte. É fundamental”.