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GUITO - SOBRE PANTANAL, MÚSICA E ESTILO DE VIDA

O MEIO RURAL QUE ATRAVESSA O BRASIL

Por Ana Carolina Meirelles


“A terra é tão verde e azul, os filhos dos filhos dos nossos filhos verão…”

Marcus Viana


Guito Show (38) é um artista com uma trajetória de valorização da essência do campo, do atravessamento de uma cultura sertaneja que vai de Minas ao Mato Grosso do Sul - em um momento em que encontra Tibério - uma espécie de seu sósia da dramaturgia. Guito e Tibério se parecem no gosto pelas modas de viola e pelo estilo de vida rural. A música foi o elo que garantiu a Guito uma vaga na novela Pantanal, remake da versão original de 1990, exibida pela Rede Globo, que tinha Sérgio Reis no atual papel do peão. A proximidade de Guito com a novela lhe garantiu a vaga na versão atual.

A vida de Guito tem uma marca de criatividade e mudança de caminhos. De agrônomo a executivo em uma multinacional, ele percebeu que o estilo de vida mais simples, orgânico e minimalista, fosse o melhor para ele. Assim, sem querer muitas interferências no Estado, fez da sua Rural também seu objeto de ofício. Cantor, compositor, empresário e artista, as várias facetas do sertanejo que conquistou o Brasil:

“Eu acredito que é um momento do Brasil voltar um pouco pro campo e fazer as pessoas andar a cavalo, fazer as pessoas entenderem como funciona a natureza”

Guito


1. Guito, você parece ser uma pessoa curiosa pela vida e com vontade de experienciar diferentes áreas. Como foi embarcar nessa aventura que é a dramaturgia?


Quando temos um propósito a gente fica provocando esse acaso e realmente é muito curioso, gosto muito de experimentar coisas novas, sempre foi um norte na minha vida isso e eu embarquei nessa aventura. Na verdade ela me encontrou, eu sempre quis realmente viver na estrada com os meus shows, através da minha música e sempre, claro, busquei uma forma de promover isso. Agora foi de repente, um acaso que eu caí na dramaturgia. Sempre gostei muito e calhou, não sei explicar (Risadas). Foi muito bom, está sendo muito bom…

2. Pantanal tem sido um show a cada capítulo. A que você atribui os altos índices de audiência da novela depois da Globo patinar um pouco em horário nobre?


OLHO Eu atribuo os altos índices de audiência a duas coisas: a primeira é o fato de ser uma novela rural, e as novelas das 21h rurais sempre foram bem vistas, sempre. O Brasil é rural né, a essência do Brasil é rural. Acho que eu e você somos até exemplos disso, a gente cresceu numa cidade, foi estudar em uma capital. Todo mundo tem um tio, um avô ou um pezinho no campo. E mesmo que não seja especificamente rural, no Brasil a natureza é muito forte então a gente é sempre puxado. A natureza aqui é soberana e sempre volta pra gente essa essência. Então, essa é uma novela que remete a isso! É um clássico, é uma novela que já fez muito sucesso, então muita gente vai querer ver de novo pela nostalgia que ela causa e agora com a tecnologia que a gente tem, foi possível fazer algo muito bonito. Agora, acho o principal, a partir do momento que estou do lado de cá da câmera, até que ponto o pensamento positivo ou uma energia boa que eu envio pra alguém é capaz de chegar nela... Eu acredito muito nisso e se vocês verem a energia que está ocorrendo entre o elenco… Acho que isso de alguma forma está transcendendo para as telas, o que a gente está vivendo é algo muito especial e isso está passando de alguma forma, então eu acredito que seja por aí…


3. Você leva um estilo de vida minimalista por que?


Olha, eu levo um estilo minimalista depois de percorrer muita coisa e estar no meu auge financeiro, na carreira executiva e morando lá em São Paulo, eu percebi que por mais que eu estava ganhando muito, ali era onde eu tinha o menor controle da minha vida, o menor controle sobre as decisões que me tangem para a minha felicidade. Eu tinha que tirar a influência do Estado da minha vida, a influência de coisas externas, tangendo as coisas que controlam a minha felicidade então eu parti pra isso, eu parti pra ter o total controle de tudo aquilo que tange a minha felicidade, eu ter minha própria casa, ter meu alimento ou ter acesso a um alimento, a renda suficiente pra isso, ter a minha própria água, eu fui nos mínimos detalhes buscando isso. Não precisar de roupa, não ter carro, então, eu busquei viver de uma forma e eu não tenho carro, eu só tenho a Rural e a rural foi exatamente uma forma alternativa de eu poder viver de mim mesmo, então eu enchi ela de produto, ela ser meu palco, a minha casa e eu saí pra fazer show e se o show não desse dinheiro eu vendia os produtos, vendia os queijos, vendia cachaça, isso é liberdade. Então, foi daí que surgiu tudo isso e aí eu fui percebendo a riqueza que é assim, de quando a gente volta ao básico, amplia, parece que a gente sai da escravidão, amplia os horizontes, com relação aos nossos propósitos e gostei muito disso, então esse desapego…



4. Como tem sido agora para equilibrar a veia rural com o movimento da Barra, viagens e gravações?


A veia rural está impregnada né! Mas a veia rural implica desbravamentos e nada como desbravar o Rio de Janeiro então apesar de ser uma capital e ter todas as dificuldades de uma capital, perde-se muito tempo no trânsito, as coisas são todas mais caras, eu foco no lado bom, aqui é muita trilha, muita natureza, é o mar, então assim, constante renovação com o mar aqui e me recarrego com isso. Eu adoro, é muita gente, adoro conhecer gente nova. É muito bom, tem muita coisa a se fazer.


5. Quando lança novo single? E novo álbum? “É preciso sentir para fazer sentido” já saiu?

Eu vou lançando os singles aos poucos, eu vou lançar um agora, sábado, se chama "Morada do Sossego" e uma curiosidade é que eu estou fazendo um clipe bem caseiro porém é um clipe em cima da Tapera da Juma, que eu fui lá no último dia de gravação, eu saí correndo da fazenda Rio Negro, a fazenda original que foi gravado a primeira versão e ninguém tinha ido, a Tapera da Juma fica a 1km da sede ali né, que é a sede que acabou ficando bem comum né, que era o nosso set de gravação e eu acabei mais cedo e em uma horinha ali eu saí correndo, peguei o celular, ainda de figurino, fui lá na antiga Tapera da Juma que está caindo aos pedaços, tem árvore crescendo no meio dela, está toda assim, toda destruída, sendo ocupada pelos bichos ali e fiz um filme, assim, gravei, filmei ela. Me emocionei muito quando eu cheguei porque remete muita à minha infância. Mandei hoje esse clipe antecipado para a Cristiana de Oliveira (a atriz interpretou Juma na primeira versão da novela), e ela se emocionou muito também…


Eu vou lançar em breve, dentro de dois meses, um single com um feat com Nô Stopa, filha do Zé Geraldo, eu compus essa música um pouco inspirado no Zé porque foi durante um show que a gente fez e em um momento muito difícil da minha vida, em um momento difícil da viagem inclusive que deu tudo errado e eu em um aperto financeiro muito grande e o Zé me deu a maior força pra seguir em frente, então essa música eu estou gravando pra homenagear o Zé, e a No tem uma voz linda, ela tem um projeto com o teatro Mágico e com o "Folk" na Kombi também e em breve eu vou estar lançando com ela e depois eu vou estar lançando uma versão só minha mesmo também, uma versão sozinho e álbum, eu não vou lançar. Vão ser os vídeos ao vivo mesmo, pretendo gravar meus shows, fazer algo parecido com o que o Dave Matthews Band faz. Eu tenho o hábito de fazer um show bem orgânico e aí em cada show a música sai de um jeito, então vai ser tipo isso.



6. O Alqueire. Café une produtores e consumidores exigentes. Podemos dizer que o Café representa bem seus valores? Se sim, quais?


É, aquele café é o meu propósito de fortalecer o produtor médio, eu acredito que a força do campo e da preservação inclusive está em a gente conseguir rentabilizar a propriedade média rural e aquela propriedade que preserva. É muito importante conseguir reter as famílias pequenas e médias do campo. É um absurdo que um pequeno produtor, uma pessoa com 100ha ou 200ha não consiga sobreviver dessa terra e acaba tendo que ir pra cidade e aquela fazenda vai ser vendida e acaba virando uma mega fazenda que enfim, tem que desmatar tudo e tudo mais. Então esse é o propósito meu do campo e a gente tem hoje propriedades e proprietários que fazem questão de assinar o seu produto, que está buscando agregar valor ao produto da roça, produto do seu chão, da sua terra. Eu acredito que o amor que a gente desenvolve por uma terra, por um chão, que a gente nasceu e cresceu é muito forte e a gente quer fazer aquela terra produzir algo bom e extrair o melhor dela. Eu acredito muito nessa energia que é passada do chão para esse produto, então aquele café é uma forma de fomentar isso aí. Meus valores são muito esses, é muito essa lealdade àquele chão, à família nossa criada naquele chão, e em segundo plano, à família mais extensa né, abrangendo os primos, e a nossa comunidade. Eu acho que conseguir trazer esse retorno né e fortalecer essa comunidade, comprar local, o localismo, se a gente fortalece essa cadeia a gente cria um país robusto e imune a crises, como as que a gente vai passar nos próximos 10 anos, a crise está só começando. Então conseguir retornar de alguma forma isso aí pra nossa região é muito bom. E meus valores são esses, essa amizade, essa lealdade à amizade, à família, retornar de alguma forma a quem está próximo de mim e é isso.


7. Parece que o Tibério foi o personagem perfeito pra você. Vê semelhança entre a sua persona e o personagem?

Não, total, tanto que eu nunca tive medo de fazer o teste. Sempre tive muita convicção que se eu chegasse a fazer o teste seria muito difícil alguém tirar o Tibério, eu não pensava o Tibério, eu pensava ali um peão violeiro que estaria ali na fazenda do Zé Leôncio. O Tibério foi um presente , eu não me via nenhum pouco parecido com o Sérgio e nem sou mesmo, a não ser o fato de a gente tocar né e cantar. Mas foi um presente e a gente realmente tem muito em comum profissionalmente e assim, os valores de peão e ser rural, mas eu me distancio um pouco dele no quesito coração né, acho que o Tibério é um pouco mais manso e eu sou um pouco mais ousado.




8. Das modas incríveis que tocou com Almir e Gabriel, qual ficou marcada?

Olha, várias músicas ficaram marcantes porém eu acabei não aparecendo eu toquei por exemplo uma performance de Tristeza do Jeca com o Almir que ficou muito bom e acaba que eu não apareço na imagem na novela e eu performei com o Almir também no Luciano Hulk, antes quando a gente estava ensaiando, eu toquei um serrote enquanto ele tocava mês de maio e ficou lindo também. Todas as cenas são bem marcantes e é preciso dizer que eu toquei com o Gabriel e ele sempre falou pra gente sempre levar mais coisas do Mato Grosso do Sul e dei ideia da gente tocar Délio e Delinha e a gente tocou Marvada de Délio e Delinha e ela faleceu a menos de uma semana atrás mas ela pôde ver, pode assistir e ficou muito orgulhosa de ver a música dela no horário nobre e foi uma satisfação muito grande pra nós né, ter conseguido homenageá-la em vida. Essa aí pra mim foi bem marcante minha e do Gabriel, e com o Almir, o Almir é uma entidade né, qualquer música né, quer todo mundo lá, essa novela está carregando muito o espírito dele também então é sempre muito bom tocar ao lado dele. É sempre uma alegria muito grande. Frase besta mas é realmente diferenciada.


9. Você já tinha familiaridade com o Pantanal. Sente essa riqueza do folclore, das lendas populares nas raízes do povo de lá?


Não, com o Pantanal em si eu não tinha familiaridade, eu conhecia sim, já fiz shows, andei bastante no Mato Grosso do Sul e esse é um estado fantástico, é bem parecido com o Mato Grosso aliás foram um só estado né a menos de 50 anos e eu chamo de a mística campo grande né, a única capital do Brasil que falam três línguas né, ali você vê mendigo na rua e ele fala guarani, espanhol e português então é muito interessante e é uma capital que traz traços fortíssimos do Paraguai e da Bolívia, do Sul, do Rio Grande do Sul, ali da colonização e a mineirada, que espalha pra todo lugar do Brasil então é muito rico o Mato Grosso do Sul, o folclore, todas essas lendas, faz todo o sentido, próximo da natureza e é um estado extremamente conservado, é muito turístico, é um estado campeão, vale a pena conhecer, tem que ir pra lá mesmo pra conhecer. Campo Grande é fantástico. É muito bacana.





 
 
 

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